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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ações de transporte e logística devem se beneficiar de 2010 de forte crescimento

Fonte: UOL  
Uadson Losan - Blog Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos © 2009 

SÃO PAULO – Com a retomada da atividade industrial e a expectativa de aumento das exportações, o ano de 2010 promete ser de forte recuperação para o setor de transportes e logística brasileiro.
Seja através de investimentos em infraestrutura, por conta dos eventos esportivos e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), seja pelas estimativas de forte crescimento na produção de automóveis, os analistas estão otimistas para as empresas do setor.
“A retomada da economia brasileira e do fluxo de exportações, o aumento nas vendas de automóveis e a produção industrial mais aquecida, em conjunto com a retomada do crédito deverão criar um cenário muito favorável para o setor de logística ao longo de 2010”, afirma Maria Tereza Azevedo, analista da Link Investimentos.
Para ela, empresas como ALL Logística (ALLL11), CCR (CCRO3) e OHL (OHLB3), que possuem forte correlação com o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, deverão se destacar no próximo ano, continuando a trajetória de recuperação iniciada na segunda metade deste ano.
“Apesar do cenário desafiador, o segundo semestre mostrou sinais sólidos de recuperação e a nossa expectativa é que as empresas terminem o ano com crescimento em relação aos balanços de 2008”, estima a analista.
Desempenho em 2009 Maria Tereza destaca que apesar de o cenário macroeconômico estar desfavorável às empresas do setor neste ano, seus números operacionais e financeiros foram contrabalanceados por outros fatores, o que possibilitou ganhos.
Ela explica que, ao excluir o crescimento inorgânico da OHL e a CCR (Rodoanel e rodovias federais), a pequena redução do tráfego foi compensada por reajustes tarifários em suas concessões rodoviárias.
Enquanto isso, o transporte de contêineres teve sua queda de preços compensada pelo crescimento do volume em empresas como Santos Brasil (STBP11), Log-In (LOGN3) e Wilson Sons (WSON11).
No caso da Log-In, os serviços de navegação costeira também contribuíram para a recuperação. Já a ALL  teve sua queda de navegação costeira equilibrada pelo maior volume.
Investimentos e Oportunidades Para o analista da Tendências Consultoria Integrada, Alexandre Gallotti, o setor de transporte e logística deve ganhar fôlego em 2010 principalmente pela expectativa de crescimento da demanda e maior volume de investimentos e oportunidade de negócios, com novos editais de concessões e leilões.
O economista explica que além de ser ano eleitoral, em 2010 as obras do PAC devem retomar seu ritmo, depois de passar o ano de 2009 praticamente estagnadas. “Teremos investimentos em melhoria de portos, aeroportos e principalmente obras mais urbanas, como trens, metrôs e corredores viários”, afirma Gallotti.
Aliado a isso, espera-se ainda que os investimentos em infraestrutura previstos para a realização dos jogos da Copa do Mundo de Futebol (2014) e Jogos Olímpicos (2016) devam começar já em 2010 com as primeiras licitações.
Entre as oportunidades de negócios para empresas voltadas para transporte rodoviário estão as concessões das rodovias estaduais paulista, mineira e das federais, o rodoanel de São Paulo (trechos sul e leste), o trem expresso ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro (“trem bala”), as linhas metroviárias de Curitiba, Brasília e Porto Alegre, a administração de aeroportos e as linhas ferroviárias que estão dentro do PAC.
“É impossível dissociarmos as perspectivas do setor de logística brasileiro aos inúmeros investimentos que deverão ser feitos para os eventos esportivos”, comenta Maria Tereza da Link. Ela também fala que estes acontecimentos devem impactar positivamente o PIB, aumentando o volume de tráfego de transportes.
Top Picks Analisando justamente o potencial do segmento rodoviário, Maria Tereza afirma que “2010 será o ano da CCR”. Para a analista, além de uma boa gestão, a empresa tem grande potencial de alavancagem por estar bem capitalizada e por isso, pode levar bons projetos no próximo ano.
“Com a captação de R$ 1,2 bilhão feita neste ano, a empresa pode alavancar em 3x sua dívida líquida e ampliar sua gama de negócios por meio de novas aquisições de concessões e projetos. Sua estrutura operacional permite dirigir qualquer negócio”, fala.
Para ela, por não ter problema de financiamento e possuir credibilidade no mercado, a companhia consegue fazer ofertas mais agressivas e levar mais concessões, como no caso das outras partes do Rodoanel, que serão leiloadas no próximo ano.
“Aquisições no mercado secundário são interessantes para a CCR, principalmente porque agora não existem mais taxas de retorno altas o suficiente para a empresa ficar confortável. Agora ela precisa buscar mais negócios para crescer”, comenta a analista da Link.
Além disso, ela destaca que o próximo ano será um período de renovação de contratos para a CCR, o que pode trazer reajustes (possível aumento) em suas taxas de retorno em contratos com a Autoban e a ViaOeste, por exemplo.
O rating da corretora para o papel é “outperform” (previsão de desempenho acima da média do mercado) e o preço-alvo estimado para final de 2010 é de R$ 47,00, um potencial de valorização de 21,7% ante o último fechamento (R$ 38,61).
Já, para a OHL, outro player do segmento de concessões rodoviárias, a recomendação também é “outperform” e o preço-alvo é de R$ 40,00, com potencial de valorização de 14,28% em relação ao último pregão (R$ 35,00).
Ferrovias Apesar de os analistas acreditarem que o setor rodoviário ainda deve ser o principal destaque em 2010, com participação de 60% do total transportado no País, as expectativas para os mercados ferroviário e hidroviário também são otimistas. A premissa é de que em um país das dimensões do Brasil, essas modalidades se mostram mais eficientes e menores custos no transporte de média e longa distâncias.
Com o aumento da carga de exportações e produção industrial, empresas multimodais, ou seja, que oferecem serviços em diversas modalidades de transporte, acabam se destacando no setor, como no caso da ALL Logística.
Segundo Edigimar Maximiliano, analista da Bradesco Corretora, os investimentos feitos pela companhia no último ano devem começar a dar retorno já em 2010, trazendo boas perspectivas para seus resultados. “Investimentos como o de Rondonópolis, e Mato Grosso do Sul, e os do Centro-Oeste que são estratégicos para ligar a região com o Sudeste e o porto de Santos, podem influenciar os papéis da empresa”, fala Maximiliano.
Além disso, Maria Tereza da Link Investimentos também destaca o potencial de valorização da ALL. Ao colocar um preço-alvo de R$ 19,30 para o papel da empresa, ela explica que “a ALL Logística cresce muito mais rápido que qualquer outra empresa do setor”, inclusive pouco mais que a Burlington Northern, comprada pelo megainvestidor Warren Buffett por US$ 34 bilhões em novembro.
“A empresa já merece um prêmio pelo potencial, mas ainda precisa reduzir sua alavancagem e começar a pagar dividendos para se tornar ainda mais interessante, por isso estamos com premissas conservadoras”, fala a analista.
Além da ALL, a analista da Link também vê bons negócios para a Log-In que, além de atuar em logística, também deve se beneficiar da melhora na navegação costeira no ano que vem, outro serviço da companhia. “Para a Log-In, a navegação costeira seguirá como importante driver de crescimento para os próximos anos, em linha com o plano de expansão da frota da companhia, também com crescimento projetado muito superior aos dados do PIB”, comenta.
Apesar do otimismo da Link Corretora com a Log-In, Maximiliano, do Bradesco, aponta a empresa como a única do setor que o banco recomenda venda. Para ele, mesmo com a expectativa de que sua recuperação seja mais forte no ano que vem, a empresa ainda apresenta performance inferior a seus pares.
Em contraponto, Maximiliano destaca o potencial de outras empresas, como a própria Santos Brasil, que atua diretamente no porto de Santos e a Tegma (TGMA3), que deve, segundo ele, se beneficiar da produção forte de veículos esperada para o fim do ano.
Conforme anunciou em dezembro, a Anfavea (Associação  Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) projeta produção de 3,4 milhões de unidades para 2009 e crescimento de 9,3% nas vendas de automóveis no Brasil.
Aviação Para validar a ideia de que o setor de transporte como um todo terá um bom ano de 2010, o segmento de aviação não poderia ser deixado de lado, ainda mais com as projeções de investimentos nos principais aeroportos do país. “O transporte aéreo brasileiro tem um grande potencial para crescer. Só para se ter uma ideia, enquanto no Brasil a taxa de passageiros por ano é de 60 milhões, ou seja, uma penetração de 30% na população, nos Estados Unidos, ela é de 900 milhões”, comenta Maximiliano, do Bradesco.
O analista explica que 70% dessas pessoas viajam a trabalho, mas que o número de passageiros business é menos elástico que o de lazer. “Com o desenvolvimento econômico, o brasileiro está voando mais e as campanhas de sensibilização vão trazer mais passageiros para este tipo de transporte”, fala
Assim, Maximiliano estima que empresas aéreas, a exemplo da TAM (TAMM4) e da GOL (GOLL4), terão bom desempenho nos próximos anos. Ambos os papéis estão recomendados como “compra” pelo Bradesco, sendo que seus preços-alvo são estimados em R$ 43,00 para a TAM e R$ 31,00 para a GOL, com potenciais de valorização respectivos de 19,47% e 20,62%.
Da mesma visão otimista compartilha Andrés Kikuchi, analista da Link. Ele acredita que o ano de 2010 terá um equilíbrio melhor entre oferta e demanda, com expectativa de crescimento de 10% no RPK doméstico (número de passageiros pagantes transportados por quilômetro voado) em relação a este ano. “Acreditamos que o aumento da renda aliado à queda do desemprego e também a percepção de que o pior da crise já passou estão entre os principais drivers para o crescimento expressivo da demanda doméstica nos últimos meses”.
Segundo ele, a queda do yield entre setembro e outubro por conta da concorrência também ajudou a estimular a demanda. Porém, ele acredita que com o aumento da demanda, em breve o yield deve voltar a subir. “Declarações da GOL e TAM corroboram essa visão e ambas já afirmaram que a partir de dezembro o reajuste de tarifas ganhará ênfase, possibilitando o aumento da rentabilidade das mesmas”, fala Kikuchi.
Enquanto a Link coloca os ratings da TAM e da GOL em “outperform” e “marketperform”, respectivamente, seus preços-teóricos são estimados em R$ 36,00 e R$ 27,00, frente à cotação do último fechamento, de R$ 35,99 e R$ 25,70, respectivamente.
Ele ainda comenta que os novos players de menor porte (Azul, OceanAir, Trip e WebJet) não deverão prejudicar o desempenho das duas porque elas ainda precisam aumentar a escala para competir de forma mais direta com as grandes do setor. “Deste modo, o papel delas estará mais ligado a adição de novos passageiros ao sistema”, conclui.

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